Doenças

Retinopatia Diabética

 

Epidemiologia:

O Diabetes Melito (DM) é uma doença de causas múltiplas que atinge cerca de 12 milhões de pessoas no Brasil (6 a 7% da população). A retinopatia diabética (RD), uma das complicações do DM, é a principal causa mundial de cegueira adquirida que atinge as pessoas em sua idade produtiva.

Definição:

A RD é caracterizada por alterações nos vasos sanguíneos da retina causadas pela hiperglicemia (aumento do açúcar no sangue). Um material anormal é depositado na parede destes vasos causando estreitamentos, micro-oclusões e deformidades conhecidas como microaneurismas. Estes microaneurismas frequentemente rompem-se causando hemorragia, infiltração de líquido (edema) e lipoproteínas (exsudatos) nas camadas internas da retina.

Fatores de risco:

Uma pessoa com Diabetes mellitus tem um risco 25 vezes maior de perder a visão em relação ás pessoas que não têm a doença.

O tempo de duração do Diabetes Mellitus é o principal fator de risco. Após 20 anos de doença, cerca de 90% das pessoas com DM tipo 1 e 60% das pessoas com DM tipo 2 apresentam algum grau de retinopatia. Outros fatores associados são a hipertensão arterial, hipercolesterolemia, tabagismo e gestação.

Sinais e Sintomas:

O sintoma principal é o embaçamento da visão que pode ocorrer de forma lenta e progressiva ou de forma súbita. Os sinais variam de acordo com o tipo de RD.

Tipos de Retinopatia Diabética:

  1. RD não Proliferativa: É o estágio inicial da doença, caracteriza-se pela presença de microaneurismas, micro-hemorragias e manchas algodonosas na retina (figura 1). Pode acometer a visão se atingir a área nobre da retina chamada de mácula.
  2. RD Proliferativa: Ocorre quando vasos anormais (neovasos) crescem na superfície da retina ou do nervo óptico, e se não tratados, podem levar á formação de tecido cicatricial capaz de tracionar a retina causando hemorragia vítrea e/ou descolamento (figura 2).

Diagnostico:

O diagnóstico é feito por meio do exame realizado por um médico oftalmologista utilizando exames complementares como o Mapeamento de Retina e a Angiografia de Retina (fotografias da retina coloridas e com contraste) ambos feitos com dilatação das pupilas. A Tomografia de Coerência Óptica (OCT) é importante para monitorar o edema da região macular.

Tratamento:

Após a retinopatia instalada, o tratamento inicial é feito através do controle clínico e da fotocoagulação a laser da retina associada ou não á injeção intra-vítrea de medicamentos Anti-Angiogênicos . Nos casos mais graves quando há hemorragias preenchendo o interior do globo ocular ou o descolamento de retina, o tratamento é cirúrgico realizado por meio da Vitrectomia Posterior. Através desta microcirurgia, utilizando instrumentos e equipamentos de tecnologia avançada, é possível remover a hemorragia e o humor vítreo (gelatina do olho), além do reposicionamento anatômico da retina descolada.

Prevenção:

A prevenção é feita através do controle clínico rigoroso dos níveis glicêmicos (açúcar) no sangue, pressão arterial e dos níveis de colesterol. Estima-se que o controle glicêmico reduz o surgimento da RD em 76% e sua progressão em 54%.

Recomenda-se que mulheres diabéticas gestantes realizem o exame no primeiro trimestre da gestação devido o risco de progressão da retinopatia.

É importante salientar que pacientes diabéticos façam exames oftalmológicos regulares anuais mesmo não tendo sintomas de baixa de visão.